Ainda não se sabe tudo sobre a formação da preciosa opala, mas esse inseto extremamente bem preservado pode ajudar.
Em 2018, enquanto estava na Indonésia, o cientista Brian Berger encontrou uma peça decorativa que continha um mosquito preservado em opala resina, um mineraloide raro e precioso.
“Como evidenciado nas fotos, dá para ver um inseto por dentro”, ele escreveu no blog da Entomology Today. “Após uma inspeção minuciosa, o inseto parece ter a boca aberta e estar muito bem preservado, com estruturas fibrosas até mesmo se estendendo dos apêndices.”
O Instituto Gemológico da América, nos Estados Unidos, estudou o espécime e emitiu um relatório e um certificado autenticando a descoberta. De acordo com o documento, trata-se de uma opala preciosa real, inalterada e não tratada, com a genuína inclusão do inseto.
Pode ser âmbar?
“Se é uma substituição de opala por âmbar, desafia nosso atual entendimento sobre a formação de opala”, disse Ben McHenry, geólogo no Museu do Sul da Austrália, em entrevista: “Acho que este espécime pode ser fundamental na compreensão de como se forma opala.”
As teorias atuais sobre a formação do material afirmam que ela requer água com alto teor de sílica, além de rachaduras e cavidades. Na Austrália, onde a maioria das opalas do mundo pode ser encontrada, a água subterrânea ácida dissolve a sílica nas rochas e a lava como sedimento.

À medida que o pH da água se estabiliza, a sílica é depositada em cavidades na rocha. Na Indonésia, grande parte da opala é vulcânica, que ocorre quando o fluido vulcânico esfria. A água no derretimento desce e deposita sílica em cavidades.
Madeira!
McHenry sugere que a preservação pode ter sido formada com madeira opalizada, abundante na Indonésia. Como a madeira é fonte de âmbar, talvez o inseto tenha sido aninhado dentro de uma fenda antes de ocorrer a opalização. “Presumo que este pedaço de âmbar, ou o que antes era âmbar, tivesse o inseto nele, e de alguma forma nós tivemos uma troca iônica conforme os fluidos vulcânicos siliciosos passaram pelos sedimentos, os cozinharam e depositaram opala”, ele declarou.

Pesquisas
Berger comprou a pedra para sua coleção particular, mas está procurando trabalhar com cientistas para estudá-la em detalhes. “O âmbar opalizado é apenas a teoria inicial e, com mais estudos, espero determinar o processo de formação”, falou.
O âmbar leva milhões de anos para se transformar em pedra (grande parte da substância vendida como âmbar é na verdade copal, o ponto médio entre a resina e o âmbar), e a opala também demora muito para se formar e se solidificar, de modo que insetos não identificados podem ser muito antigos. “Se o processo de formação estiver correto, da seiva da árvore com um inseto através de um processo sedimentar, ao copal, ao âmbar, à opala, isso pode significar que o inseto tem a possibilidade de ser um dos mais antigos já descobertos”, explicou Berger.
Fonte: Revista Galileu
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